Pura Elegância -Capítulo 10

Gabriel Agapito
26 de abr. de 2024
5 min de leitura

CAPÍTULO 10

No dia seguinte

Cena 1: Delegacia do Recreio dos Bandeirantes. Interior: Manhã

Bruno visita o Guilhermo na prisão e abre o jogo sobre o golpe da Marcella

Bruno – Sofremos um golpe da Marcella. A infeliz conseguiu tomar posse de tudo que é nosso.

Guilhermo – Vagabunda, vadia. E você ainda, quer continuar noivo dessa piranha.

Bruno – Eu tenho um plano em mente para tombar essa infeliz.

Guilhermo – Seus planos sempre dão errados, nem tente começar a elaborar um.

Bruno – Os seu planos dão tão certos, que está aonde mesmo?

Guilhermo – Bruno, não me desafie (...)

Bruno – Enfim, vou fazer o que posso para recuperar nossa fortuna.

Guilhermo – Ótimo, agora, preciso de um advogado. Quero sair desse monte de lixo.

Bruno – Calma, a sua liberdade vai chegar.

Guilhermo é chamado pelos carcereiros e retorna a cela. Bruno deixa a delegacia

Cena 2: Vila Paraíso. Biblioteca. Interior: Manhã

Na biblioteca, Amanda acaba com a paz do local e a jovem discute com Marcelo

Marcelo – Ficou louca menina? Colocar música num lugar onde a leitura é a prioridade?

Amanda – Querido, esse lugar mixuruca precisa de animação. E outra, Brasileiro não tem hábito de ficar lendo livros. Você e uma pequena parcela inútil da sociedade que se preocupam com isso.

Marcelo – Eu sou a pequena parcela inútil que busca o conhecimento, coisa que você provavelmente não tem, principalmente, padece de educação.

Amanda – Oh surdinho, calado, fica na sua. Você não tem moral para falar o que devo ou não fazer.

Ao ouvir a confusão, Aline aparta e diz:

Aline – O que está acontecendo aqui?

Amanda – Esse surdinho está querendo impedir de escutar música

Aline – Mais respeito com o Marcelo, não é porque ele é deficiente auditivo, que você deva tratar dessa forma.

Amanda – Bom, já que defendeu seu namoradinho surdinho, vou me retirar deste recinto ridículo. Beijos no ombro e fui.

Amanda se retira, Marcelo se sente mal e Aline ampara:

Aline – Não liga para essa piralha. Ela gosta de atazanar

Marcelo – Agora entendeu o porquê me sinto inferior às pessoas, por conta da minha deficiência auditiva?

Aline – Você não é inferior a ninguém. Você é um rapaz inteligente, bonito, culto, bem comportado. Sua deficiência não te faz ser uma pessoa pequena. Você é um guerreiro, só por driblar todos os seus problemas.

Marcelo – Eu nem sei o que dizer.

Aline – Não precisa dizer nada, não se preocupe com as pequenezas e futilidades. Seja você mesmo.

Marcelo se emociona e Aline abraça o jovem

Cena 3: Vila Paraíso. Condomínio 22 de Novembro. Corredor. Interior: Manhã

José ajuda Francyanne com as compras e Sarah vigia o empregado pela fresta da porta do seu apartamento.

Francyanne – Obrigado por me ajudar José, essas compras estavam pesadas e não tinha como dar conta.

José – Fique tranquila Fran, e ai, quando podemos sair?

Francyanne – Só posso no próximo final de semana. Irei para o ensaio no Sambódromo.

José – Meu Deus, esqueci que temos o último ensaio.

Francyanne – Você é bem esquecido e avoado hein?

José – Também, não tem como não pensar em você toda hora, todos os dias.

Francyanne – Olha ele, que romântico

José e Francyanne se beijam e Sarah se revolta

Sarah – Infeliz, você me pega.

A empregada fecha a porta furiosa

Cena 4: Vila Paraíso. Mansão Abandonada. Sala. Interior: Manhã

Angélica aconselha Vânia a conversar com Gabriel

Vânia – Gabriel se tornou um adulto impossível, irresponsável. Por mais que eu tente aconselha-lo, sou ignorada.

Angélica – Olha Vânia, pelo tempo que a gente se conhece, você tem uma parcela de culpa. Você nunca foi muito presente na vida do Gabriel, trabalhava excessivamente e para que? Para chegar em lugar algum. Depois de anos, conseguiu um emprego justo, que deu tempo à você de educa-lo.

Vânia – Minhas condições em Pernambuco eram precárias, visse? Por isso que eu trabalhava duro.

Angélica – Excesso de trabalho trás consequências gravíssimas, basta você saber administra-las. Eu por exemplo, era rica, meu ex-marido me deu um golpe e tirou tudo que eu tinha, principalmente a guarda do meu filho. Fiquei anos a ver navios, sem nenhum tostão no bolso. Comecei a vender quentinhas, consegui licença dessa mansão e adotei Tibério, dei toda a educação que não dei ao meu filho biológico.

Vânia – Sua história é linda, conseguiu dar a volta por cima.

Angélica – E sua história pode ser linda, minha amiga, basta você se esforçar. Nunca é tarde para superar essa crise familiar. Em breve, Gabriel vai cair na realidade, e isso não vai demorar muito.

Vânia – Que Deus te ouça!

Angélica e Vânia continuam conversando

Cena 5: Praia de Ipanema. Quiosque Água Fresca. Exterior: Manhã

Marcella se encontra com Gabriel e fala sobre o golpe em Bruno

Gabriel – Qual é a novidade?

Marcella – Tirei toda a fortuna e o luxo de Guilhermo e Bruno.

Gabriel – Cê tá ligada que vai ficar na mira deles né?

Marcella – Pouco me importa está na mira deles, a justiça está feita. Agora, vou partilhar vinte e cinco por cento dessa fortuna com Angélica, ela sofreu um grande golpe.

Gabriel – E você lá bica com a madame?

Marcella – Ela não gosta de mim, por causa da minha mãe. Mas enfim, como estão as coisas na sua casa?

Gabriel – Deixei de morar com meus pais, estou morando um apê coladinho com o morro da Vila Paraíso. Não estou falando com minha mãe, e não quero levar a mesma vida medíocre que eles.

Marcella – Você deveria levantar a mão pro céu e agradecer a Deus, pela mãe que você tem.

Gabriel – Não gosto de lidar com uma pessoa bonachona como a minha mãe.

Marcella – Então trate de lidar. Quero você morando com sua mãe e tratando ela como uma rainha. Mãe é uma só. Se você não cumprir o combinado, acabou nosso namoro. Estamos entendidos?

Gabriel – Sim, entendido.

Marcella paga pela água de coco e vai embora. Gabriel fica só e pensativo

Cena 6: Hotel Pegasus. Ipanema. Cobertura. Interior: Manhã

Ferdinanndy conversa com Eduardo, após uma noite quente e de romance

Ferdinanndy – Dessa vez, você não fará mais viagem internacional não né?

Eduardo – Tenho que ver com os executivos, meu amor.

Ferdinanndy – Odeio esse negócio de você viajar para outro país, fico desolado aqui no Rio de Janeiro.

Eduardo – Amor, tenha calma, ainda teremos tempo suficiente para estarmos juntos

Ferdinanndy – Assim espero hein?!

Eduardo beija Ferdinanndy e o dois vão para debaixo do edredom

Cena 7: Apartamento. Copacabana. Sala. Interior: Manhã

Murilo conversa com Luciano sobre a noite anterior