Pura Elegância - Capítulo 04
- The Open Door
- 18 de abr. de 2024
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CAPÍTULO 4
No dia seguinte...
Cena 1: Vintage L’amour. Barra da Tijuca. Rio de Janeiro. Zona Oeste. Sala de Edna. Interior: Manhã
Edna recebe pintores renomados para escolherem os quadros para venda. A madame discorda da opinião dos pintores e Charlene ri, o que provoca a ira de Edna:
Edna – Está rindo de que? Tem algum palhaço aqui?
Charlene – Me perdoe, mas pra mim, esses quadros não passam nenhuma emoção.
Edna – Querida, para você, esses quadros não podem passar emoção por serem psicodélicos. É claro que para uma leiga artística, esses quadros não tem simbologia, sua importância. Se buscasse mais de informações ou se importasse com as histórias de cada pintor, não falaria nenhuma asneira. Então, recolha a sua insignificância.
Charlene – Pois bem, eu sou formada em jornalismo, tenho pleno conhecimento de pintores renomados com Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Cândido Portinari (...). Por mais que você tenha alto poder aquisitivo, precisa um pouco mais de conhecimento. Porque pelo visto, você padece disso.
Edna – Além de abusada, é tacanha. Quem vai se importar com obras de artes brasileiras? O mundo é amplo, os clientes buscam quadros do exterior pelo valor que elas possuem. Eu me arrependo em contratar uma jornalista ignorante.
Charlene – Então porque não me demite Edna? Ah, me lembrei, nenhuma das concorrentes ao cargo não engoliram a sua arrogância, prepotência. Tem que ter culhão em te aturar, e eu estou tendo, e em dobro. Só não me manda embora, porque está desesperada em achar uma pessoa, que faça só o que você quer. Enfim, vou recolher minha insignificância, e vou embora, só volto quando for chamada. Ah me ligue, porque se não receber ligação daqui, não tem o porquê vir para cá. Bom dia!
Charlene se retira da sala furiosa, Edna fica constrangida na frente dos pintores e Ferdinanndy e Francyanne ficam chocados.
Cena 2: Vintage L’amour. Barra da Tijuca. Zona Oeste. Corredor. Interior: Manhã
Após a discussão entre Edna e Charlene, Francyanne e Ferdinanndy comentam:
Ferdinanndy – Ainda estou chocado. Charlene foi bem afrontosa com a surucucu da Edna.
Francyanne – Ela corre risco de ser demitida. A Charlene errou feio em afrontar a Edna com visitas.
Ferdinanndy – Charlene está certíssima, como pode, a Edna chamar uma contratada de tacanha e ignorante? Achei até que foi respondida com classe. Se fosse eu, teria carimbado um tapa na cara dessa vagabunda.
Edna flagra Ferdinanndy e Francyanne fofocando no corredor
Edna – Carimbaria a cara de quem com tapa?
Ferdinanndy – De uma vadia que trata mal as pessoas.
Francyanne – Nanndy, não piore as coisas.
Edna – Acho bom vocês voltarem a trabalhar, caso contrário, estarão no olho da rua.
Ferdinanndy e Francyanne retornam ao trabalho e Edna deixa a Vintage L’amour.
Cena 3: Praia da Barra da Tijuca. Zona Oeste. Calçadão: Início da Tarde
Sozinha e revoltada, Charlene esbarra sem querer em Murilo.
Charlene – Me desculpe, estava tão distraída!
Murilo – Não precisa se desculpar. Me desculpe pela inconveniência, mas a senhorita é bela, linda. Qual é o seu nome?
Charlene – Muito obrigada, fico grata. Meu nome é Charlene e do senhor?
Murilo – Murilo. Gostei desse seu estilo simples, gosto de mulheres assim.
Charlene – Desse jeito fico constrangida!
Murilo – Não precisa ficar constrangida, o que é bonito é pra elogiar mesmo.
Charlene – Uma pena que tem pessoas que não pensam como você, mas enfim, vida que segue!
Murilo – Te entendo, é difícil a pessoa ter beleza e os outros não se importarem. Vamos à um quiosque beber água de coco? Esse calor do Rio é sobrenatural.
Charlene – Vamos, aceito o convite, aproveito pego o seu contato no meio do caminho
Os dois caminham na praia conversando
Cena 4: Vila Paraíso. Zona Portuária. Avenida das Lojas: Início da Tarde
Na Point dos Lanches, Sérgio grita pelo nome de Morena .
Sérgio – Oh Morena gostosa, que desfila nessa comunidade.
Morena – Serginho meu anjo, como vai as vendas?
Sérgio – Está bem caído, o povo trocou o point pela praia.
Morena – Mas é claro que iriam trocar este muquifo pela praia. Salgados caros, o local mais ou menos.
Sérgio – Mais ou menos em que sentido? limpo isso aqui todo dia.
Morena – Mas recebe moradores de rua, parece o restaurante popular lá de Niterói.
Sérgio – Eu faço isso, porque não devemos repreendê-los, como vejo muito por aí. Ninguém sabe a situação que esses moradores de rua passam.
Morena – Você dando uma de puritano e moralista? Logo você, que perdeu a virgindade comigo? Dentro do banheiro e durante o ensaio lá na quadra? Se lembra daquele sexo oral? E agora paga de bondoso?
Sérgio não rende as provocações de Morena e os dois se beijam
Cena 5: Mansão dos Cortez. Recreio dos Bandeirantes. Zona Oeste. Sala de estar. Interior: Tarde
Durante o café da tarde, Guilhermo fala de investimentos com Edna e Marcella alfineta:
Guilhermo – Pretendo fazer alguns investimentos na construtora, com o apoio de Edna (...)
Marcella – Fiquei curiosa agora, quais investimentos?
Guilhermo – E isso te interessa? O que uma pirralha entende de investimentos?
Marcella – Querido, eu sou estudante de administração, da mesma forma que você entende de investimentos, eu também entendo e tenho conhecimento. Mas tem uma coisa que nos diferencia, você rouba, é corrupto, e eu não.
Guilhermo se exalta com Marcella e pega a jovem pelo braço e a ameaça com uma faca:
Guilhermo – Repita o que você disse?
Marcella – O senhor é corrupto, ladrão. E ai, vai me matar?
Ao ver a noiva sendo ameaçada pelo pai, Bruno chega e aparta a briga.
Bruno – Ficou louco pai?
Guilhermo – Essa vadiazinha me chamou de ladrão e corrupto.
Marcella – Mas é isso que você é, ladrão, corrupto, isso se não for assassino. Você é uma vergonha para este país, vergonha.
Bruno – Chega [Grita], amor, vai para casa, depois converso com você. E pai, preciso ter um diálogo contigo sobre esse lamentável episódio.
Bruno e Guilhermo sobem para o escritório e Marcella deixa a mansão.
Cena 6: Vila Paraíso. Quadra da Acadêmicos da Vila Paraíso. Interior: Tarde
Tibério apresenta a quadra para Marcelo.
Tibério – Essa é a quadra da nossa comunidade. Hoje, terá ensaio técnico.
Marcelo – Que legal, qualquer dia, irei vir ao ensaio técnico. Mas tenho um medo!
Tibério – Que medo?
Marcelo – Sou deficiente auditivo, por isso que uso esse aparelho.
Tibério – Entendi amigo, mas fique tranquilo, vou pedir ao presidente, um lugar acessível para você.
Marcelo – Muito obrigado amigo, não sei como te agradecer.
Tibério segue apresentando a quadra da Vila Paraíso
Cena 7: Vila Paraíso. Condomínio 22 de Novembro. Apartamento da família Soares Fernandes. Sala. Interior: Tarde
Helena dispensa Sarah e decide arrumar a casa sozinha
Helena – Sarah, pode deixar a limpeza da casa comigo. Hoje é dia de você folgar, aproveite o dia!
Sarah – Obrigada dona Helena, nem sei como te agradecer!
Helena – Não tem o que agradecer, você merece.
Sarah deixa a sala feliz e Helena inicia a arrumação na casa. Após abrir algumas pastas, um exame de Alexandre cai no chão e a corretora diz:
Helena – Mas o que é isso?
Ao abrir o documento, Helena fica chocada e diz:
Helena – Não acredito!
Alexandre chega em casa, fica perplexo ao flagrar Helena lendo o conteúdo do seu exame. O atleta se aproxima e a corretora coloca o marido contra a parede:
Helena – Alexandre Fernandes, que história é essa de ser pego no exame antidoping. Eu exijo uma explicação óbvia.
Alexandre fica sem reação.
Fim do Capítulo.
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