top of page

Pura Elegância - Capítulo 02

  • Foto do escritor: The Open Door
    The Open Door
  • 16 de abr. de 2024
  • 6 min de leitura



CAPÍTULO 2


Cena 1 – Mansão dos Albuquerque Marcondes. Rio de Janeiro. Barra da Tijuca. Sala de Estar: Final da Tarde


Após o sepultamento de Alberto, o juiz Lauro faz leitura do testamento e reúne Edna, Murilo e Marcella.


Juiz Lauro – Em memória aos anos dedicados à minha família, deixarei todas as propriedades imobiliárias para o meu filho mais velho, Murilo. Para minha filha, deixarei joias raras que pertencia a minha mãe, Yolanda (...)


Irônica, Marcella alfineta:


Marcella – Ai que emoção, que Deus a tenha! [Debochadamente]


Murilo cutuca Marcella e o juiz encerra a leitura do testamento.


Juiz Lauro – Em detrimento aos quarenta anos de casado, deixarei oitenta por cento da Vintage L’amour sob tutela da minha esposa, Elizabeth Albuquerque Bragança, Edna. Outros dez por centos das ações ficarão para meus filhos, Murilo e Marcella. Caso apareça um parente perdido, este testamento será revalidado. Atenciosamente, Alberto Marcondes.


Edna – Alberto deve ter ficado louco, que parente perdido é esse que ele menciona?


Murilo – Com certeza, meu pai escreveu esse testamento, pensando na irmã dele que está desaparecida há mais de vinte anos.


Marcella – Engraçado que escutei essa história de parente desaparecido. Meu pai sempre dizia isso.


Edna – Enfim, o que importa é que o Vintage L’amour ficará sob minha tutela.


Juiz Lauro – Dona Edna, por gentileza, pode deixar sua assinatura neste documento?


Edna assina e o juiz Lauro deixa a mansão. Após a leitura do testamento, Murilo e Marcella vão para seus quartos e Edna se encontra com Jonas no jardim e desabafa.

Edna – Não acredito que esse testamento pode ser revalidado.


Jonas – O testamento do velho?


Edna – Obviamente, essa desgraça morreu pensando mais nos parentes desaparecidos, que em mim e nos filhos.


Jonas – Tenha calma meu amor, tudo isso aqui é seu.


Edna é acalmada por Jonas.


Cena 2 – Vila Paraíso. Apartamento de Ferdinnandy. Rio de Janeiro, Zona Portuária. Sala: Noite


Arrumando a casa e escutando música com o som alto, Francyanne invade o local e diminui o volume do rádio.


Ferdinanndy – Ei, por que abaixou o volume do som?


Francyanne – Ninguém é obrigado a escutar o repertório da Madonna. Daqui a pouco, os vizinhos começam a reclamar.


Ferdinanndy – O que você quer perua? Você não veio aqui só para olhar para a minha cara.


Francyanne – Eu recebi uma mensagem da Vintage L’amour, eles convidaram os funcionários para o cortejo de despedida do senhor Alberto.


Ferdinanndy – Eu não vou perder meu tempo, indo para o cortejo desse infeliz.


Francyanne – Você diz isso porque ele não aceitava a homossexualidade.


Ferdinanndy – A questão não é o fato dele não aceitar a homossexualidade, isso é o de menos, o maior problema era as piadas homofóbicas que ele fazia comigo. Eu só servia para ser alívio cômico dele. Sem contar que ele criou um estereótipo grosseiro dos gays, achando que não podem procriar, não podem formar uma família, e vê apenas como objeto sexual. Eu não sou militante do movimento LGBTQ+, mas não sou hipócrita de prestigiar uma pessoa que fazia pouco caso dos homossexuais.


Francyanne – Eu tinha a mesma visão que o senhor Alberto, mas com o tempo, eu mudei. Você fez despertar um sentimento fraternal por você. Te vejo como irmão, assim como tenho simpatia por outros homossexuais.


Ferdinanndy – Há raros casos das pessoas mudarem. Você ampliou sua visão de mundos, e isso é bom. Infelizmente, o Brasil precisa mudar nessa questão.


Francyanne – Mudando de assunto, você vai sair daqui a pouco?


Ferdinanndy – Vou sair com o meu namorado. Eu e ele marcamos de ir à Marina da Glória para assistir o show da Alcione. E a senhora, vai para onde?


Francyanne – Vou para o cortejo de despedida do senhor Alberto.


Ferdinanndy – Coragem viu? Sair da zona portuária para desembarcar na Barra da Tijuca.


Francyanne – Preciso pagar minhas contas né? Vai que nesse cortejo, eu consiga descolar uma graninha?


Ferdinanndy – Te desejo boa sorte.


Francyanne deixa o apartamento de Ferdinanndy.

Cena 3: Casa dos Soares Fernandes. Minas Gerais – Belo Horizonte. Sala de estar: Noite


Com a família reunida na sala de jantar, Charlene fala da vontade de trabalhar no Rio de Janeiro.


Charlene – Senti uma vontade em buscar emprego no Rio de Janeiro.


Helena – Que papo é esse, Charlene?


Charlene – Então, vi um enunciado no jornal que a Vintage L’amour, precisa de uma assistente. Bom, sou formada em jornalismo, mas não custa nada se arriscar né?


Helena – Eu acho uma ideia descabida deixar Minas Gerais, para se empregar no Rio de Janeiro.


Alexandre – Já ouvi falar muito desse Vintage L’amour, e dizem que as pessoas só faltam se matarem para conseguirem um alto cargo lá dentro.


Marcelo – Concordo com a mãe, para você buscar emprego no Rio, tem que ter uma garantia se vai dar certo.


Charlene – Eu sinto que vai dar certo, tanto na minha vida, quanto na vida de vocês.


Alexandre – Se a minha filhota sente isso, vamos para o Rio de Janeiro. Helena, agora é hora de darmos uma virada em nossas vidas.


Helena – Tá bom, vocês me convenceram, mas preciso abrir uma filiada da corretora no Rio, e isso leva tempo. Vou preparar os documentos e passarei para os meus acionistas.


Feliz, Charlene abraça os pais e o irmão. Após passar uma semana, a família Soares Fernandes alugam a sua casa, para desembarcarem no Rio de Janeiro. Charlene conseguiu arranjar uma apartamento na Vila Paraíso, pelo aplicativo. Além da família, os empregados José e Sarah vão juntos para a capital carioca com os patrões.


Cena 4: Hotel Íbis. Buenos Aires – Argentina. Exterior: Noite


Felipe entrega uma encomenda para Juan, a mando de Guilhermo, que está a sós no carro.


Felipe – Aqui está a encomenda, que o Guilhermo pediu para te entregar.


Juan – Muito obrigado, espero que todas as notas estejam nessa maleta.


Felipe – Agora suma, o Guilhermo está doido para dar um fim em você, após você descobrir o esquema do colarinho branco.

Juan – Aquele desgraçado pode ficar em paz, o que precisei está aqui.


Felipe cumprimenta Juan e deixa o carro. O empresário abre a mala e se depara com uma bomba nos últimos segundos. Ao gritar desesperadamente, o carro explode. Juan morre e os hóspedes do hotel ficam desesperados. O consierge liga para os bombeiros e a polícia a paisana apareceram no local. No quarto, Guilhermo escuta explosão e prepara fuga para o Brasil. Ao entrar no local, Bruno questiona o pai.


Bruno – O que está acontecendo? Que explosão foi essa?


Guilhermo – O Juan estava me esperando aqui na porta do hotel. Eu tinha marcado encontro com ele. Se lembra da encomenda? Então, a encomenda que dei a ele foi à morte.


Bruno – Você matou um dos meus fiéis escudeiros da empresa.


Guilhermo – Fiel escudeiro que iria nos entregar à polícia e ao Ministério Público, por conta daquele alto investimento que fizemos na empresa, com a ajuda de Sérgio Cabral.


Bruno – Não acredito que recebeu propina daquele canalha que acabou com estado do Rio de Janeiro.


Guilhermo – Pouco me importa o estrago feito no Estado, agora precisamos sair daqui. Disfarce pelo menos.


De malas prontas, Bruno e Guilherme deixam o Hotel Íbis disfarçados. Ao a imprensa reconhecer o carro do empresário, repórteres e o comboio policial vão atrás do automóvel de Guilherme, que acelera e inicia uma perseguição policial.



Cena 5: Mansão abandonada. Vila Paraíso. Zona Portuária. Rio de Janeiro. Interior: Noite


Cansada, Angélica desabafa com Tibério.


Angélica – Estou morta de cansada, nunca fiz tanta quentinha em toda minha vida.


Tibério – E eu que circulei a favela toda?


Angélica – Imagino que foi cansativo, mas cuidado com os caras da boca de fumo.


Tibério – Eles são de boas comigo.


Angélica – Uma pena que tenho que me submeter a isso, saudades de quando eu era rica.


Tibério – Se o seu ex-marido não te desse um pé na bunda....


Angélica – A única coisa que eu quero, é esquecer este verme. Guilhermo ainda me paga, e ainda, ele conseguiu a guarda do meu filho. Não tive a oportunidade de cria-lo.


Tibério – Lamentável a postura dele.


Angélica – O que importa agora, é que eu te criei como um filho. Porque se depender do meu filho legítimo, estou ferrada.


Tibério – Não importa os momentos, sempre estarei do seu lado.


Angélica se emociona e abraça Tibério.


Cena 6: Rodoviária Novo Rio. Saguão de desembarque. Interior: Noite


Enquanto Marcelo e Alexandre despacham as malas, José e Sarah trocam farpas no banco do saguão de desembarque.


Sarah – Engraçado como são as coisas, o empregado não ajuda os patrões a despachar a mala. É pago para que mesmo?


José – Se você estão tão incomodada, porque não ajuda ele?


Sarah – Estou muito cansada, só nas minhas malas é quatro lojas de shopping. Além disso, um homem forte como você, deveria pegar um pouco de peso.


José – A empregada dando uma de madame, coitada!


Sarah e José batem boca. Ao deixar o ônibus, Helena e Charlene vão para área externa da rodoviária admirar as belezas do Rio de Janeiro.


Helena – Como é lindo e admirável o Rio de Janeiro.


Charlene – Lindo demais. Como disse lá em Minas, sinto que a minha vida vai mudar aqui.


Charlene se sente feliz ao chegar no Rio


Fim do Capítulo.


Fique agora com Rouxinol e logo após....

ree


 
 
 

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação

©2024. The Open Door. Todos os direitos reservados. PLÁGIO É CRIME!

bottom of page