Conquistando o Impossível - Capítulo 10
- The Open Door
- 27 de abr. de 2024
- 15 min de leitura

Web novela criada e escrita por:
Ricky Nascimento
CAPÍTULO 10: "SURPRESA!”
No capítulo anterior:
Valeska apresenta os membros da causa para os Bads, Rômulo e Nanda reconhecem Murilo que está se esquivando. Davi aparece em casa e diz que vai embora de casa, Ramires fica irado. Brenda é agredida e estuprada por Zyan. O plano de Valeska dá errado, com a chegada da polícia.
Fique agora com o capítulo de hoje…
Amanhece no Rio…
CENA 1/VOLTA REDONDA/CASA DE MADALENA/MANHÃ/INT.
Às 5 da manhã e Silvia já está de pé, não dormiu nada. Luigi aparece para ir ao banheiro, ele vai até ela sonolento.
LUIGI (OLHOS PESADOS) - Já de pé senhora Silvia…
SILVIA (AGONIADA) - Não dormir nenhum pouquinho sequer. Estou exausta… meu filho podemos ir até o hospital de Barra Mansa… não aguento mais sem notícias… Eu sei que está cansado, mas estou desesperada.
LUIGI (SONOLENTO) - Estou mesmo, ficar naquela delegacia não foi fácil…
SILVIA (ARREGALA OS OLHOS) - Como? Você foi preso?
LUIGI (DESVIA O OLHAR, MENTE) - Preso? Não… falei academia não delegacia, passei a noite ralando, e ralando na academia… haha…
Silvia olha desconfiada para ele, ele disfarça.
SILVIA (PREOCUPADA) - Você faria esse favor para mim, eu já tomei café, sua tia ainda dorme… não quero incomodá-la podemos ir eu e você… não aguento mais de preocupação.
LUIGI (SONOLENTO) - Claro, eu entendo senhora Silvia, sua preocupação. Vou só tomar um banho e em 1 hora nos sairemos.
SÍLVIA - Me chama de Silvia, só Silvia… esse negócio de senhora acaba me envelhecendo.
LUIGI (SORRI) - Ok, Silvia.
Silvia vai até ele e pega em suas mãos.
SÍLVIA (SORRI) - Muito obrigada meu filho, por essa força. Gosto de saber que você é amigo de Manuela, ela está muito rebelde, e pelo que percebi, você é o garoto ideal para colocar minha filha nos trilhos.
Luigi engole em seco e lembra do atentado à prefeitura. Ele sorri forçado.
CENA 2/RIO DE JANEIRO/MANSÃO CORRÊA/MANHÃ/INT.
Luxo desce do quarto com sua cadela Dama nos braços ela brinca com ela. Vai até o escritório e não tem ninguém lá, vai até a cozinha e encontra Josefina (Stella Miranda).
LUXO (AR SUPERIOR) - Oh, serviçal… onde está meu marido.
Josefina olha para ela, apertando os olhos.
JOSEFINA (INCOMODADA) - Bom dia, Senhora Luxo… ele tomou café e foi ao hospital…
LUXO (FUZILA ELA COM OS OLHOS) - Faz de propósito só pode… quer que te ponha no olho da rua, sua insolente…
JOSEFINA (INCOMODADA) - Desculpe, não queria chamar você de senhora, força do hábito.
LUXO (SAINDO) - Então mentaliza querida, guarda na sua cachola, senhora nunca!
Luxo sai resmungando. Josefina mostra a língua para ela e fica imitando a patroa, seu andar e seu jeito de ser. Godofredo (Blota Filho) aparece observando a mulher em silêncio, com braços cruzados, sério. Josefina rebola e continua imitando.
GODOFREDO (VOZ GROSSA) - Que é isso, Josefina? Pensa que está na sua casa…
Josefina toma um susto e deixa cair a tampa da panela que estava em sua mão ela põe a mão no peito.
JOSEFINA (OFEGANTE) - Quer me matar do coração, home!
GODOFREDO (IMÓVEL) - Pode me explicar esse espetáculo de rebolado aqui na cozinha? Tá treinando para ser a nova rainha da escola de samba? Já vou logo avisando que você nem bunda tem para isso.
JOSEFINA (APERTA OS OLHOS) - Por um acaso está me chamando de desbundada?
Godofredo revira os olhos, inquieto.
Josefina observa a bunda no grande espelho que tem de frente para a geladeira.
JOSEFINA (OBSERVANDO, FRANZE A TESTA) - Não sou desbundada, tenho até uma massa na região dos glúteos e você me chamando de bunda mucha.
GODOFREDO (REVIRA OS OLHOS) - Eu não te chamei de nada disso.
JOSEFINA (CHATEADA) - Não mesmo, Godó? Dizer que não tenho bunda não é chamar de bunda mucha, sem bunda? Desbundada.
Eles começam a discutirem aos sussurros . Mara entra no local, e faz uma cara de dúvida.
MARA (FRANZE A TESTA) - O que está acontecendo aqui…
GODÓ (COLOCA AS MÃOS PARA TRÁS) - Desculpe, senhorita Maravilha.
Josefina vai até a mulher erguer o avental e mostra a bunda para Mara, que toma um susto.
JOSEFINA (PREOCUPADA) - Senhorita Mara, você acha que sou desbundada?
Mara olha para ela séria, e após, solta uma gargalhada alta, e ri muito. Josefina fica desconcertada, e Godofredo chocado. Mara não consegue parar de rir, Josean aparece na cozinha e abraça ela por trás, Josefina e Godofredo se entreolham sem entender.
JOSEAN (SORRIDENTE) - Posso saber a graça…
MARA (TENTANDO PARAR DE RIR) - Ai… A Josefina, acha que é desbundada?
JOSEAN (SOLTA UM SORRISO LARGO) - Como assim Josefina?
JOSEFINA (ENVERGONHADA) - Desculpe gente, eu…
Ela sai dali, praticamente correndo decepcionada. Mara para de rir.
JOSEAN (SORRINDO) - O quê que deu nela? Eu hein!
MARA (SENTE-SE MAL) - Vou lá, ver como ela tá.
JOSEAN (REVIRA OS OLHOS) - Deixa a serviçal para lá, vamos curtir a piscina…
Ele abraça ela novamente por trás e beija seu pescoço.
MARA (SÉRIA, SAINDO SE DELE) - Agora não, tá.
Ela sai atrás de Josefina. Josean encara Godofredo, que desvia o olhar.
JOSEAN (APERTA OS OLHOS) - Oh, motorista, não tem o que fazer não? Lavar um carro, trocar o óleo…
GODOFREDO (SÉRIO) - Meu querido, estou na minha hora de lanche, vou me servir com licença.
Ele vai até o fogão e serve um café para ele, pega um pedaço de bolo, uma bandeja e pega várias guloseimas que está na bancada da cozinha, que parecem saborosas. Ele se dirige até a outra sala, onde está uma grande mesa, onde a família se reúne, ele puxa a cadeira da ponta esquerda ao lado da principal e senta. Josean fica boquiaberto.
JOSEAN (CHOCADO) - Os serviçais comem na mesa dos patrões?
GODOFREDO (REVIRA OS OLHOS) - Querido, aqui não tem divisão… seu Eva prefere que todos seus funcionários comam à mesa, junto da família e sintam-se à vontade…
JOSEAN (REVIRA OS OLHOS) - Pelo jeito as coisas não funcionam como deveriam…
GODOFREDO (PARA DE COMER ENCARA-O) - Por que? Senhor Josean? Acha que os funcionários eram para comer na cozinha ou escondido como cachorro? Faça me o favor… que preconceito, devia ter vergonha de pensar desse jeito, que mais antiquado.
Josean revira os olhos e sai dali, bem incomodado.
Na sala…
Josean para na sala sozinho.
JOSEAN (SÉRIO) - Quando for dono disso tudo, você vai ser o primeiro que vai comer em minhas mãos, velho decrépito.
__________________________
No jardim…
Josefina rega as plantas, visivelmente chateada. Mara aparece ali.
MARA (SÉRIA) - Desculpe Josefina, se te magoei ao rir de sua bunda, não foi minha intenção de ferir…
JOSEFINA (VIRA PARA ELA) - Não estou magoada com a senhora, estou com o Godó, ele me tira do sério.
MARA (APERTA OS OLHOS) - Já disse para não me chamar de senhora, você sabe que nunca tivemos essas besteiras de formalidades com vocês…
JOSEFINA (OLHA POR CIMA DOS OMBROS DE MARA, SUSSURRA) - É por conta dele…
MARA (CONFUSA) - Dele quem? (Percebe de quem ela tá falando) - Do Josean… a para Josefina… Josean é da casa. Eu acho que estou apaixonada por ele…
JOSE (SORRI FORÇADO) - Sério…
Mara percebe.
MARA (ERGUE A SOBRANCELHA) - Por que essa cara, Jose? Está sabendo de algo que não sei…
JOSE (DESVIA O OLHAR) - Não nada…
MARA (APERTA OS OLHOS) - Agora você vai ter que contar, desviou os olhos por quê? Te conheço Josefina.
JOSE (SERIA) - Fica de olho nesse cara, Mara. Não deixa ele de lubridiar. Conheço gente safada de longe…
MARA (CONFUSA) - Você acha que ele tem alguém…
JOSE (REVIRA OS OLHOS) - Não menina… só acho que ele tem o olhar mau, sei lá, me passa insegurança. Acho ele fingido, ator sabe…
MARA (REVIRA OS OLHOS) - Ah, para Josefina… você nem conhece o cara. Ele está aqui a uma semana só… não tem como você saber tudo isso dele, acho que você está vendo coisa onde não tem.
JOSE (SERIA) - Me escuta Maravilha. Esse cara é furada, não caia nas conversas dele, vou até jogar as cartas para você quando chegar em casa, quero ver se estou correta.
MARA (BENZE - SE) - Credo Josefina, até arrepiei… não desfazendo de suas crenças, mas sou católica, não acredito muito nesse negócio de búzios e cartas não…
JOSE (SORRI) - Relaxa que está tudo sob controle, todos os planos do adversário vão ser mostrados nas cartas, elas não falham.
Mara engole em seco e fica desconfortável.
Corta para…
CENA 3/MEIER/CONDOMÍNIO CORAIS/COZINHA/MANHÃ/INT.
Javier está fazendo café da manhã. Está de pijama.
DAVI (APARECE NA COZINHA) - Oi bê! Nunca dormi tão bem como dormi com você, tivemos nossa primeira noite juntos. Foi incrível.
Eles se beijam, e Javier continua preparando o café.
JAVIER (SORRINDO) - Foi delicioso haha. Estava cansado de ficarmos só em beijinhos e amassos, demos um up na nossa relação. Que é bem saudável.
Davi abraça o namorado por trás e beija seu pescoço, Javier arrepia e fecha os olhos.
DAVI (APAIXONADO) - Vamos para o quarto, ficar agarrados o dia todo.
JAVIER (SORRI, ESQUIVA-SE DELE) - Aquieta o facho! Tenho que trabalhar, estou quase em cima da hora. Vai tomar banho e vem tomar café…
Davi bufa e vai ao banheiro. A campainha toca. Javier revira os olhos. Ele vai e abre a porta, está ali Heitor com sua mala, sorridente, com um boné, roupas estilosas e botas nem legais.
JAVIER (BOQUIABERTO) - Hei… Heitor?
Heitor chega e abraça ele feliz, ou fingindo que está feliz.
HEITOR (FINGIDO) - A quanto tempo meu primo, saudades de você e nossa época lá em Poa, e gramado. Tchê.
DAVI (OFF, VOZ DISTANTE) - Amor, quem é?
Heitor e Javier se afastam, há um clima desagradável.
JAVIER (IGNORA-O) - Mais você veio primo… eu disse que ia ver, pois meu namorado veio morar comigo, então ficará difícil você ficar aqui.
Heitor vai até a porta e puxa sua mala para dentro.
HEITOR (DECEPCIONADO, FINGIDO) - Pensei que meu guri preferido iria ficar feliz, fiz uma surpresa para ele.
Há uma conexão entre os dois, olhares que demonstram muita história juntos. Mesmo que Heitor tenha outras intenções o olhar não mente, que teve momentos bons com o primo.
JAVIER (FRUSTRADO) - Heitor, tenho que sair para o trabalho, por enquanto pode ficar a vontade, quando chegar nós conversamos melhor. Fui.
Javier pega o casaco, a bolsa e sai rapidamente. Heitor fica só na casa, escuta o barulho da ducha, ele olha ao redor do apartamento.
HEITOR (SORRI) - Até que o viadinho não mora mal. Lindo apartamento.
Davi cantarola no banho. Heitor ergue o cenho.
HEITOR (DEBOCHA) - Bicha desafinada.
Ele encosta o ouvido na porta para escutar, a porta se abre, Davi solta um grito e se cobre com a toalha. Heitor toma um susto.
DAVI (ASSUSTADO) - Quem é você! Não se aproxima, vou chamar a polícia, Javi! Socorro! Socorro!
Heitor tenta acalmá-lo.
HEITOR - Calma guri, sou primo do Javier vim passar uns dias com ele…
Davi se acalma.
DAVI (FRANZE A TESTA) - Como?
Heitor olha ele só de toalha.
HEITOR (VIRANDO O ROSTO) - Bah, dá para você vestir uma roupa, e conversarmos?
Davi sai dali e vai para o quarto. Heitor desvia o olhar pensativo.
Um tempo depois…
Davi e Heitor estão na cozinha. Davi toma café e come enquanto conversa com Heitor, que só o observa.
DAVI (MASTIGANDO) - Quer dizer que você é primo do Bê, quer dizer, Javi.
HEITOR (ENCARANDO-O) - Sim. Sou primo dele, melhor amigo, seu guri preferido.
Davi sente o intenso olhar de Heitor e arrepia a espinha. Ele quase que engasga e tosse. Heitor o observa.
HEITOR (ENCARANDO-O) - Está tudo bem, Davi?
DAVI (SE RECUPERANDO) - Estou sim, só foi um engasgo, haja… (Ele toma um gole de suco) Me diz o que faz da vida, Heitor…
Heitor sorri, Davi sente atração pelos lábios dele, ele desvia o olhar.
DAVI (PENSAMENTO): Que garoto, que lábios, que olhar, merda! O que eu estou pensando? Acorda Davi!
Davi dá um tapa em sua própria cara. Heitor arregala os olhos.
HEITOR (CONFUSO) - Tá tudo bem, guri?
Davi levanta e leva o copo e um prato até a pia, evita olhar para ele.
DAVI (ENVERGONHADO) - Está bem sim, é que às vezes tenho tíquete nervoso. Aí tenho essas reações involuntárias. (PENSANDO): Do que eu tou falando, o que está acontecendo comigo?
HEITOR (DESVIA O OLHAR) - Tranquilo, Guri. Vou ver onde eu coloco minhas coisas, Javi foi trabalhar e deixou eu ficar aqui, quando ele chegar vamos conversar. Onde é o quarto de hóspedes…
DAVI (VIRA-SE PARA ELE, EVITANDO CONTATO VISUAL) - Na verdade até temos um quadro extra, mas ele usa como dispensa e está cheio de treco.
HEITOR (APERTA OS OLHOS) - Ótimo é ali que vou ficar.
DAVI (FRANZE A SOBRANCELHA) - Sério na dispensa suja e mofada?
HEITOR (SORRIR) - Relaxa não sou de porcelana, me viro bem.
DAVI - Então tá, me siga.
Eles vão até a dispensa que está cheia de coisas, uma bagunça só.
DAVI (ARREGALA OS OLHOS) - Meu Deus, eu não pensava que estava tão sujo assim. Sério mesmo Heitor, que quer ficar aqui?
Eles têm contato visual rápido, pois Davi desvia-os.
HEITOR (ERGUENDO A SOBRANCELHA) - Tenho, é só dar uma arrumadinha.
Davi passa a mão em um móvel.
DAVI - Um arrumadinha não, uma arrumadona.
Heitor solta um risinho. E dá-lhe um tapinha nas costas.
HEITOR (SORRINDO) - Boa, guri. Boa. É vamos à faxina…
DAVI (SORRI) - Quer ajuda? Não tenho nada para fazer hoje mesmo.
HEITOR (SORRI FORÇADO) - Não tenho opção… brincadeira, quero muito sua ajuda, Davi.
DAVI - Então bora lá.
Davi começa a tirar umas coisas dali e levá-las para lá e trazê-las para cá. Heitor encara-o parado, com olhar indecifrável.
Corta para…
CENA 4/IPANEMA/ESTÚDIOS MALAKAI/SALA DE SOM/INT.
Javi e algumas pessoas estão ali, e conversam. Javi sai do meio deles e vai para um outro local e fica pensativo. Kelly chega até ele.
KELLY (PREOCUPADA) - Está tudo bem Javi?
JAVI (TORCE O BICO, TRISTE) - Na verdade não Kelly, está acontecendo várias coisas na minha vida, e eu não estou sabendo lidar com essas coisas.
KELLY (SENTA AO LADO NUM BANQUINHO) - Nem me fale, colega, minha vida anda bem complicada também. Quer tomar um café na lanchonete e conversar?
JAVI (PEGA EM SUAS MÃOS) - Por favor…
Corta para…
CENA 5/LANCHONETE MALAKAI/SALÃO/INT.
Javi e Kelly conversam na lanchonete sentados frente a frente.
KELLY (COMPADECIDA) - Que barra hein, como vai fazer para lidar com os dois morando juntos. Vai ‘expulsar’ o Heitor?
JAVI (ARREGALA OS OLHOS) - Não! Quer dizer… não posso fazer isso, minha mãe pediu para ajudá-lo, está sem emprego. Até pensei em ajudar ele com um trabalho aqui na gravadora, mas acho que não é muito a cara de Heitor. E Davi está terminando o curso que começamos juntos, Davi é muito talentoso e um fofo.
KELLY (SORRI) - Ai para, Javi. Fico com inveja, pois não tenho nenhum consolo para as noites frias. Hahah. O Heitor é bonito? Tipo, você não é feio, é até um gatão, e ele?
JAVI (GARGALHA) - Ele é lindo Kelly! Um típico gaúcho carregado de sotaque, olhos azuis que herdou do pai horlandes e uma voz rouca de descer as calças.
Kelly solta uma gaitada alta, e eles riem. Mostra algum observando os. Está ali Ramires, com óculos escuros e disfarçado.
RAMIRES (APERTA OS LÁBIOS) - Vamos ver até quando você vai rir, sua bicha maldita. Você está na minha mira!
Foco em Ramires.
CENA 6/MORRO BRANCO/CASA DOS MARTÍNEZ/QUARTO DOS MENINOS/MANHÃ/INT.
Bianno está no computador e vasculha o perfil no Instagram de Andressa, pois ela deixou disponível no app de relacionamento.
BIANNO (SORRIDENTE) - Com certeza é ela… a menina que quase atropelei outro dia. Que coincidência…
Ele manda mensagem no direct.
@BiannoShow: Boa noite princesa, lembra de mim?
Ele encara a frase: mensagem enviada. E aguarda por alguns instantes. Sem retorno. Bryan entra com uma mochila nas costas.
BIANNO (FRANZE A TESTA) - Você não dormiu em casa? Onde cê foi? E essa roupa? Nunca te vi com ela…
BRYAN (REVIRA OS OLHOS) - Cale-te! Cuide de sua vida…
Ele começa a tirar coisas da mochila, rapidamente.
BRYAN (SÉRIO) - Não conte nada pro padre e para madre. Entendio?
BIANNO (APERTA OS OLHOS, CURIOSO) - O que está acontecendo? Está vendendo drogas?
BRYAN (IRRITADO) - Cala a boca, fica na sua…
Amélia entra no local.
AMÉLIA (OBSERVA O FILHO) - Vai sair Bryan? E que roupa é essa? Seu pai que te deu? Nunca vi você vestindo.
BRYAN (DESVIA O OLHAR) - Hã… sim foi ele, surpresa! Estava experimentando, coube direitinho…
Bryan baixa o olhar. Amélia fica desconfiada.
AMÉLIA (APERTA OS OLHOS) - Lo que pasó? Bianno?
BIANNO (ELEVA O TOM DE VOZ) - Por que tudo que acontece, tem que ter Biano no meio? Eu não tenho nada a ver com isso, madre…
AMÉLIA (BRAVA) - Está gritando com sua madre é isso! Baja el tono de tu voz!
BIANNO (BAIXA O OLHAR) - Desculpe, madre.
AMÉLIA (MEXENDO O NARIZ) - Que perfume é esse? Nunca senti nessa casa.
Ela vai até Brayan e cheira seu pescoço.
AMÉLIA (DESCONFIADA) - Por que tanto perfume, mi hijo?
BRYAN (IRRITADO) - Que tantas perguntas, madre! Interrogatório, me deixem em paz…
Ele pega a bolsa e leva para o banheiro e tranca. Amélia olha para Bianno com os olhos arregalados.
BIANNO (DÁ DE OMBROS) - Nem olha para mim, não tenho nada a ver com isso…
Amélia fica confusa.
No Banheiro…
Brian senta no vaso e remexe na bolsa. Ele tira muito dinheiro, dólar, dinheiro nacional. Ele tira perucas e vários utensílios sexuais: pugle, penis de borracha, ovinho, algemas e muitos preservativos. Ele encara o dinheiro, está ofegante. Amélia bate na porta.
AMÉLIA (OFF, VOZ ABAFADA) - Bryan, temos que conversar, após sair daí, vamos ter uma longa conversa.
Bryan fica nervoso, guarda tudo rapidamente e esconde a bolsa no cesto de roupa suja, ele soa frio.
Após um tempo ele sai do banheiro…
Amélia está com os braços cruzados, impaciente.
AMÉLIA (SÉRIA) - Quer me contar alguma coisa, mi hijo?
¿Lo que te pasa?
BRYAN (CABEÇA BAIXA) - Nada madre, estoy bien.
AMÉLIA (APERTA OS OLHOS, ERGUE A CABEÇA DO RAPAZ) - Por que estás de cabeça baja? Você nunca foi assim? Ergue essa cabeça… vai me conta?
Brayan olha para Bianno que escuta toda a conversa, mas está ligado no computador. Amélia percebe e manda Bianno sair.
AMÉLIA (SÉRIA) - Fabinho, deixa a gente a sós…
BIANNO (REVIRA OS OLHOS, BUFA) - Estou ocupado aqui, madre.
AMÉLIA (SÉRIA, SEM OLHAR PARA ELE E ENCARANDO BRYAN) - Ahora! Fabinho! Agora!
Bianno sai resmungando.
AMÉLIA (SÉRIA) - Se o problema era seu irmão, então agora estamos a sós (senta na cama) sente-se… o que tá pegando…
BRAYN (DESVIA O OLHAR E SENTA NA CAMA) - É que… é que… estou apaixonado, pronto falei…
Amélia solta um sorriso largo.
AMÉLIA (ALIVIADA) - Ai menos mal, pensei que você iria falar que estava usando drogas, ou que era gay, ou pior, que estaria na prostituição. Santa Virgem de Guadalupe! Deus me livre!
Ela benze-ze, o brilho de Bryan some, e ele engole em seco.
AMÉLIA (SORRIDENTE) - Me conta, qual o nome da Chica? É uma cliente da lanchonete? Eu conheço… (Animada)
BRYAN (TRISTE) - Não madre, você não conhece, deixa para lá…
AMÉLIA (SORRIDENTE) - Você é envergonhado, sempre foi esse rapaz quieto que nunca me deu problema, diferente de seu irmão, que ainda vai me deixar de cabelos brancos. Hahah… vem comer tem tacos e guacamole, sei que adora.
BRYAN (TRISTE) - Daqui a pouco eu vou, estou sem fome agora.
AMÉLIA (LEVANTA ANIMADA) - Te anima, não sei por que está com essa cara. Não vejo a hora de contar para seu pai…
Bryan chama ela..
BRYAN (SÉRIO) - Por favor, madre não conta nada para o padre, por favor…
AMÉLIA (SORRIDENTE) - Tá bom meu nino envergonhado…
Ela sai alegre, Bryan chora compulsivamente.
Corta para…
CENA 7/MEIER/APARTAMENTO DE ANDRESSA/MANHÃ/INT.
Andressa está na cama pensativa, levanta anda pelo local, está visivelmente nervosa. A campainha toca, ela põe seus chinelos e vai até a porta, está vestida com pijama. Ela abre e se depara com um buquê de rosas, e um rosto já conhecido ali, o de Vitor, ele sorri de canto de boca.
ANDRESSA (SORRI) - São para mim?
VITOR (SORRIDENTE) - Toda sua.
Ele entrega o buquê para Andressa, ela cheira, deixa a porta e vai até a sala e pega um jarro, coloca dentro. Vitor entra e fecha a porta.
ANDRESSA (VIRA-SE PARA VITOR) - Você foi muito gentil, obrigado pelas rosas.
VITOR (DESCONCERTADO) - De nada. Dressa, é… queria pedir desculpas por ontem, não vou minha intenção machucar você, ou te forçar a algo.
ANDRESSA (DESVIA O OLHAR, O ASSUNTO LHE MÁGOA) - Esquece isso, me conta como está sua vida.
VITOR (SENTA NO SOFÁ) - Minha vida não tem muita importância, Dressa. Quero saber sobre você.
ANDRESSA (REVIRA OS OLHOS, INCOMODADA) - Eu tô bem Vitor, por que insiste em saber sobre minha vida, que coisa mais chata.
VITOR (TENTANDO ENCONTRAR AS PALAVRAS) - Ham, deixa eu te fazer uma pergunta, que vem martelando minha cabeça desde a noite passada… você foi aliciada ou estuprada?
Andressa arregala os olhos, ela engole em seco, seus olhos se enchem de lágrimas, ela fica em choque.
FLASHBACK ON
MEADOS DE 2012
Mostra uma casa, parece ser uma chácara de família no meio do mato. Mostra Andressa jovem seus 12 anos, ela passeia por ali, e um homem a chama para dentro da chácara, é seu pai. Ela adentra ao local, seu pai acaricia a menina, ela vê vários homens de meia idade ali, estão sorridentes e gargalhando.
FLASHBACK OFF
Andressa sente vertigem e quase tomba para trás. Vitor corre para segurá-la.
VITOR (AJUDANDO ELA SENTAR) - Está tudo bem, acalme-se.
Eles sentam, Andressa abraça ele forte e chora amargamente, Vitor chora emocionado.
Corta para…
CENA 8/BARRA MANSA/HOSPITAL DE MISERICÓRDIA/MANHÃ/INT.
Maurício se alimenta com ajuda da enfermagem, pois ainda está com um dos braços enfaixado após o acidente.
Na recepção…
Silvia chega com Luigi e vai até a recepcionista.
SILVIA (ANGUSTIADA) - Olá tudo bem sou da capital, vim até aqui saber notícias sobre meus filhos e meu marido. Pode ser que eles estejam nesse hospital. Pode checar se Maurício e Benício Palheiros estão internados aqui, e meu marido João Mauro Palheiros também.
A recepcionista checa no computador.
RECEPCIONISTA (SÉRIA) - Olha não tem nenhuma pessoa internada com esses nomes aqui não. Temos várias pessoas não identificadas internadas no hospital, inclusive vieram dois meninos para cá, um de mais ou menos 14 anos e outro era acima criança de 9 anos. Já tentou no hospital de Volta Redonda?
SILVIA (CHORA) - Já moça, não sei mais o que fazer..
RECEPCIONISTA - Já foi no IML? Muitas pessoas morreram na hora, no acidente na última semana.
Silvia chora compulsivamente.
LUIGI (TRISTE) - Calma senhora Silvia, eles estarão bem… (a recepcionista) Queremos ver os dois meninos, pode ser?
SILVIA (CHORANDO) - Só um deles pode ser um dos meninos, eles têm 14 anos, o outro tem 10 anos e eles são gêmeos.
LUIGI (CHORANDO) - Então podemos ver o garoto de 14 anos?
RECEPCIONISTA - Claro, me sigam.
Eles seguem ela.
No quarto…
MAURÍCIO (ACABA DE COMER) - Nossa que comida meia boca… moça, pode me informar sobre meu irmão? Ele estava aqui comigo…
ENFERMEIRA (CONFUSA) - Não tinha ninguém aqui, meu bem. Você pode ter sonhado.
MAURÍCIO (CONFUSO) - Não, eu não sonhei, ele estava aqui do meu lado, e falou comigo.
Neste momento, a recepcionista entrega com Silvia e Luigi. Silvia reconhece o filho e chora desesperada e cai de joelhos.
SILVIA (AOS PRANTOS) - É ele o meu filho, Maurício! É ele!
MAURÍCIO (ARREGALA OS OLHOS) - Mãe…
Silvia corre e abraça o menino com cuidado. Todos choram.
Passa-se uma cor esverdeada na imagem de Silvia e Maurício que é fixada em uma folha de uma árvore, que cai ao soprar do vento.
FIM DO CAPÍTULO.

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