Conquistando o Impossível - Capítulo 02
- The Open Door
- 16 de abr. de 2024
- 12 min de leitura
Web novela criada e escrita por:
Ricky Nascimento
CAPÍTULO 2: "SOCORRENDO NARINHA”
No capítulo anterior:
J. Mauro está ansioso para ir a São Paulo.
Ben e Mauri discutem por conta de roupas.
J. Mauro descobre que Manu fez uma tatuagem e a adverte.
Após cobrança de Javi para Davi, de se assumirem, Davi discute com o pai, Ramires espanca o filho.
Mauri pega J. Mauro conversando com alguém no telefone e acha que o pai tem uma amante.
Fique agora com o capítulo de hoje…
CENA 1/MORRO BRANCO/CASA DOS SANTOS/SALA/INT.
J. Mauro desliga o celular e disfarça.
J. MAURO (NERVOSO SORRIDENTE) — E aí, bacana. Já arrumou suas coisas?
MAURI (DESCONFIADO) — Pai, não muda de assunto, me diz, você tem uma amante?
J. MAURO (SORRI NERVOSO) — Que amante o que, Maurício! Você está confundindo as coisas, sabe que eu nunca trairia sua mãe… da onde você tirou isso… É que…
Ouve-se um grito, eles olham em direção ao som. Silvia aparece na sala desesperada.
SILVIA (CHORANDO) — João pelo amor de Deus, a Narinha está toda mole, na cama e não responde… me ajuda.
Eles correm até o quarto de Ioná, que está desacordada. J. Mauro vê se ela está viva, ela respira com dificuldade. Ele faz massagem pulmonar e respiração boca-a-boca. Ele pega a garota, põe nos braços e leva direto para o carro.
J. MAURO (DESESPERADO) — Mauri, pega minha carteira e a chave do fusca, rápido.
Mauri corre até o quarto, enquanto Silvia e J.Mauro vão para fora da casa.
Corta para…
CENA 2/RIO/RUA/TARDE/EXT.
Manu anda na rua com Luigi (LUCAS BURGATTI) (16 anos), eles conversam.
MANU (IMPACIENTE, SUSSURRA) - E ai mano, conseguiu o bagulho?
LUIGI (METE A MÃO NO BOLSO E OLHA PARA OS LADOS) - Tá na mão…
Manu abre um sorriso e joga ele no primeiro beco que aparece. Ela agarra ele sensualmente e beija ele com muita vontade, os dois roçam o corpo um no outro. Manu para e sai andando. Luigi fica confuso e excitado, olha e pega um papelão ao lado, coloca na frente das suas partes e vai atrás de Manu.
LUIGI (CHATEADO) - Poxa Manu, isso é coisa que se faça? Me atiçou e depois me largou na melhor parte, assim não dar…
Manu vira-se séria.
MANU (SUSSURRANDO, COLOCA O DEDO NA CARA DE LUIGI) - Se você contar para o Kaik que eu te agarrei, eu corto o seu piu-piu, entendeu?
Luigi arregala os olhos e aperta mais e mais o papelão contra o corpo. Eles ficam se encarando. Ouve-se uma voz.
VOZ (OFF) - Oi pessoas…
Manu vira, é Kaik (FELIPE BRAGANÇA) (18 anos) ele está ali sorridente e bem vestido. Kaik é bonito e o mais estiloso do grupo. Luigi fica desconcertado.
MANU (VAI ATÉ ELE E BEIJA-O NA BOCA) - Oi bebê. Como você está?
KAIK (SORRIDENTE, BEIJA-A INTENSAMENTE) - Hum… que beijo gostoso…
Luigi revira os olhos e depois os desvia, ligeiramente incomodado. Kaik vira-se para ele.
KAIK (SORRINDO, FRANZE A TESTA) - E aí, qual foi do papelão?
LUIGI (SEM ENTENDER) - Que papelão?
Por um instante Luigi esqueceu que segurava um papelão. Manu dá um sinal com o olhar em direção ao papelão que ele segura. Ele olha para baixo.
LUIGI (DESCONCERTADO) - Ah, isso… é que…
KAIK (FAZ UMA CARETA APERTANDO OS OLHOS) - Parça, você é estranho…
MANU (SORRI) - Eu disse que ele era estranho…
Eles sai andando abraçados.
LUIGI (CHATEADO, APERTA OS OLHOS) - Vagabunda…
corta para…
CENA 3/TERRENO BALDIO/TARDE/EXT.
Mostra um lugar perto dali, inóspito, escuro e sujo. Mostra-se jovens reunidos, uns sentados em barris de lata, outros em um sofá velho e dois em pé. Está no local: Diogo, Paula, Pilar, Rômulo e Nanda. Todos têm idade entre 17 e 20 anos. Diogo está em pé impaciente e Paula ao seu lado.
DIOGO (GABRIEL SANTANA) (REVIRA OS OLHOS) - Cadê esses merdinhas! Eram para está aqui às 14, e cadê! Não vejo eles aqui…
PAULA (JÚLIA OLIVER) (REVIRA OS OLHOS) - Calma Diogo, eles devem está chegando…
Diogo dá um soco em um barril ao lado.
PILAR (RAYSSA CHADDAD) (ESTÁ NO SOFÁ DEITADA, REVIRA OS OLHOS, FAZ UMA CARETA) - Eu hein, que humor…
Todos ficam calados, Diogo vira-se para Pilar.
DIOGO (CHATEADO) - Tá te incomodando minha presença, Bebê!
PILAR (FICA DE PÉ E VAI ATÉ ELE, ENCARA-O) - Não me chame de Bebê, só quem pode me chamar disso é minha namorada Paula. Entendeu…
Paula vai até eles e os afastam.
PAULA (BUFA) - Dá pra pararem de lenga-lenga! Nós estamos a um pé de fazer o ato mais histórico da célula. E vocês de hen-hen-hen. Foquem!
Diogo afasta-se e dá um tapa, em um objeto que estava ali perto, que voa para longe. Pilar encara-o e depois se joga no sofá novamente.
PILAR (SUSSURRA) - Babaca!
Diogo olha para ela e a fulmina. Os que faltavam chegam ali, Kaik, Manu e Luigi.
DIOGO (BRAVO) - Até que enfim, porra aonde cês tavam!
KAIK (ERGUE A SOBRANCELHA, NERVOSO) - Calma cara, nós já estamos aqui…
DIOGO (DÁ UM TAPINHA NO RELÓGIO EM SEU PULSO) - Que horas eu marquei com vocês?
KAIK (REVIRA OS OLHOS, TENSO) - As duas… mas…
DIOGO (GRITA, TODOS FICAM CHOCADOS) - Mas, o quê!
ROMULO (FELIPE CAVALCANTE) (REVIRA OS OLHOS) - Relaxa, irmão. Eles já chegaram, o importante é isso.
DIOGO (GRITA) - Mas não tolero atrasos! Ouçam bem, aqui não é ateliê de costura, não! Nós temos uma célula revolucionária e não será tolerado atrasos. Então, levem essa merda a sério!
PAULA (CALMA) - Diogo está certo, vamos focar pessoal. Se vocês querem ser contra o sistema, tem que ter a célula como prioridade.
NANDA (MARCELLA RICCA) (DESPREOCUPADA, BOCEJA) - Então por que estamos perdendo tempo com essa merda toda? Se o assunto da célula é tão importante assim, porque perdem tempo com essas babozeiras.
PILAR (REVIRA OS OLHOS) - A Barbie tem razão. Comecem logo isso.
Nanda olha para ela incomodada. Diogo e Paula se entreolham.
PAULA (PEGA A FRENTE E FALA) - Bom, hoje temos o tão aguardado dia ‘D’...
NANDA (ERGUE O CENHO) - Que merda de dia ‘D’ é esse?
ROMULO (REVIRA OS OLHOS) - Minha querida, você estava aonde, nesses dias todos? Já tem duas semanas que falamos sobre o dia ‘D’.
PILAR (DESVIA O OLHAR, E FOCA NO SEU CANIVETE QUE ELA TIRA DO BOLSO) - Devia estar no mundo fantástico cor de rosa. Patricinha nunca deixa de ser patricinha.
NANDA (VAI RAPIDAMENTE EM DIREÇÃO A ELA, BRAVA, RÔMULO A SEGURA)- Olha aqui sua sapatão ordinária, não vou permitir que fale assim comigo, quem pensa que é!
PILAR (TRANQUILA, DEITADA NO SOFÁ SUJO, ELA CONTINUA OBSERVANDO O CANIVETE) - Se você se aproximar mais, eu vou ter que inaugurar o meu canivete suiço. E não queria sujá-lo com uma ordinária feito você.
DIOGO (INTERFERE) - Chega dessa merda toda! Se quiserem se pegar após a reunião é com vocês, que se matem! Mas o negócio é sério agora.
PILAR (TRANQUILA)- Pensei que já fosse… chefe… (Ela faz careta ao pronunciar a última palavra em tom de deboche)
Diogo virá-se para o lado visivelmente incomodado com Pilar. Paula vê que os ânimos estão exaltados e pega a palavra.
PAULA (AUMENTANDO O TOM DE VOZ) - Ok, ok. Vamos ao importante, como falado a duas semanas, hoje vamos realizar o dia ‘D’, e pra quem estava dormindo essas duas semanas vou explicar o dia ‘D’.
Paula explica o plano e eles ouvem atentamente. Pilar continua deitada observando seu canivete. Alguns olhares vão para ela.
CENA 4/RIO DE JANEIRO/BARRA DA TIJUCA/SHOPPING/TARDE/INT.
Dorotéia (Luxo) (BIA SEIDL) está no shopping, ela passeia com Dama, sua cadela. Ela para em uma loja, ela observa a vitrine. Ela tira os óculos escuros, e observa, ela fica admirada com um colar de pérolas.
LUXO (CHOCADA) - Tá vendo, minha lady… é perolas. Vou ter que levar mais um.
Ela entra na loja, com a cadela na coleira rosa brilhante. Ela vai até a atendente.
LUXO (OLHANDO PARA OS LADOS, TOM SUPERIOR) - Bom dia, pode me mostrar a coleção de colar de pérolas?
ATENDENTE (SIMPÁTICA) - Bom dia, senhora… vou pegar, só um momento…
LUXO (PIGARREIA, INCOMODADA) - Espere, volte aqui… vamos tentar novamente… (para cadela) vem Dama.
Ela se dirige a saída, a atendente fica sem entender.
No lado de fora da loja…
Um homem observa Luxo de longe e aperta os olhos.
Luxo retorna ao balcão.
LUXO (SORRI FORÇADAMENTE)- Bom dia, pode me mostrar a coleção de colar de pérolas?
ATENDENTE (FRANZE A TESTA, VISIVELMENTE CONFUSA) - Desculpe, não entendi…
LUXO (REVIRA OS OLHOS) - Ai, meu deus… Pode chamar a gerente dessa espelunca, por favor…
ATENDENTE (ARREGALA OS OLHOS, MAIS CONFUSA AINDA) - Mas senhora, eu não lhe estou compreendendo…
Chega uma mulher mais bem vestida, e interrompe as duas.
GERENTE (AR SUPERIOR) - Algum problema, Gisele?
LUXO (SUSSURRA) - Gisele… credo, logo já se percebe o desnível.
ATENDENTE GISELE (FICA INCOMODADA) - Como, o que a senhora falou?
GERENTE (INTERROMPE, FRIA)- Algum problema, posso resolver algo senhorita Donatel?
LUXO (SERIA) - Sim pode, primeiro demita essa insolente, ela me destratou..
ATENDENTE GISELE (ARREGALA OS OLHOS) - Onde eu destratei a senhora?
LUXO (SERIA, BRAVA) - E ainda continua, essa abusada.
GERENTE (A GISELE) - Meu amor, aguarda lá na salinha, vamos conversar…
Gisele se distancia sem entender nada. Olha para trás e vê a gerente falando com Luxo, após, mostrando a coleção de colar de pérolas.
GISELE (BOQUIABERTA) — Que mulher louca, credo!
Ela adentra para as dependências da loja.
CENA 5/MEIER/HOSPITAL PEDRO II/RECEPÇÃO/TARDE/INT.
J. Mauro chega com Ioná nos braços.
J. MAURO (GRITA, DESESPERADO) — Alguém me ajuda por favor!
Silvia dirige-se à recepção, e fala em off com a atendente, o hospital está lotado de pessoas doentes por todos os lados.
SILVIA (GRITA DESESPERADA) — Como que não tem atendimento para minha filha, ela vai morrer aqui? Ela é só uma criança!
Mauro vai até elas com Ioná nos braços.
MAURO (BRAVO) — Como é que é! Vai ter que atender sim, ou eu boto esse hospital a baixo!
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MAURO (IMPACIENTE) — Vamos minha filha, está esperando o quê, chama já o médico! Agora!
A enfermeira dá um olhar de socorro para o segurança que está ao lado, ele se aproxima.
SEGURANÇA (INTIMIDANDO) — Algum problema, senhor. Se você não sabe, nós estamos num hospital, e não é permitido balbúrdia. Ou espera ou terá que se retirar e procurar um outro estabelecimento?
SILVIA (IRADA, DESCRENTE) — Meu senhor, você não está vendo que minha filha não está bem! Você ao acaso tem filhos?
MAURO (DESESPERADO) — Minha filha não irá morrer na recepção desse hospital, não vai mesmo!
Ele corre com Ioná nos braços e o segurança vai atrás e o impede, segurando pelo seu braço. A população que está ali na recepção desaprova a atitude do segurança. Um homem aparece à frente.
HOMEM 1 — Você vai permitir ele passar com a garota, ou vai ter que me tirar daqui a força també?
HOMEM 2 — E a mim também…
MULHER 1 — Todos nós… Ajudem gente, não vamos impedir essa injustiça…
O segurança fala no seu walkie-talkie.
A multidão se aproxima e tem uma algazarra, todos estão bem nervosos. Silvia chora desesperada, Maurício abraça-a. Aproxima-se um homem numa cadeira de rodas, rapidamente e mostra-se Evaristo e sua acompanhante hospitalar Sara. Ele chega ao local da desordem. Ele tenta chamar a atenção, pois quer falar, não consegue.
SARAH (GRITA) — Silêncio! Seu Evan vai falar! Calem a boca!
Todos olha para ela.
EVARISTO (ARY FONTOURA, DEBILITADO, MAS SAGAZ) — Sarah me disse que esse homem está sendo impedido de receber atendimento para sua filha, isso é verdade Cassandra?
A recepcionista vem rapidamente até o homem.
CASSANDRA (AMEDRONTADA) - Desculpe seu Evaristo, como pode se ver o hospital está lotado e…
EVARISTO (SÉRIO) — E o que Cassandra? Vai deixar essa menina morrer na recepção do meu hospital? Chame já o Doutor Leandro agora!
CASSANDRA (SAINDO RAPIDAMENTE) — Sim senhor é para já.
A multidão dispersa. O segurança volta para o seu posto e encara João Mauro. A enfermeira chama João Mauro, entra com Narinha nos braços para dentro do local. Silva vai até Evaristo. Olha em seus olhos, emocionada.
SILVIA (CHORANDO) — Obrigada moço, você foi muito gentil. Obrigada mesmo.
EVARISTO (SORRI) — Não foi nada, tem que colocar pressão mesmo, se não o negócio não anda. Muito prazer Evaristo Correa.
MAURI (FRANZE A TESTA) — Evaristo Correa? Por acaso o senhor seria o famoso milionário Evaristo Corrêa, dono de quase todo o Rio de Janeiro?
EVARISTO (GARGALHA, ERGUENDO A CABEÇA E OLHA PARA SARAH, QUE RI) — Que nada menino, sou só muito influente no meio hospitalar e policial da zona norte, mas nada demais… esse hospital, foi construído com minhas mãos. Até a década passada era um importante hospital da cidade, pois abri mão dele para o governo, mas o serviço decaiu muito, o Pedro II não é mais o mesmo. Mas ainda tenho uma pontinha de autoridade aqui, todos me respeitam e seguem minhas ordens. Pois sou muito amigo do prefeito da cidade.
SILVIA (PEGA EM SUAS MÃOS E BEIJA-A, MUITO EMOCIONADA) — Muito obrigada! Muito obrigada…
Mauri acha estranho, sua mãe fazer isso com alguém, Evaristo fica desconcertado e olha para Sarah. Ele olha para Silvia com um olhar diferente.
Corta para…
CENA 6/CASA DOS NOGUEIRA/MÉIER/QUARTO DE DAVI/TARDE/INT.
Davi encara o remédio sentado ao chão, desce uma lágrima do rosto dele. Escuta um bip no celular, ele tira do bolso. Ele vê uma mensagem de Javi.
Aplicativo de mensagem
Amigo 🤪 : Oi, vamos conversar… -13:50
Amigo 🤪 : Ei? Davi? Me responde? - 13:59
Mensagem de texto apagada.
Amigo 🤪: Davi, estou preocupado, você não responde… vou te ligar?
Amigo 🤪 Digitando…
Davi observa por um momento o celular, as mensagens toca na foto de perfil de Javier e observa seu namorado ali sorridente fazendo uma careta engraçada. Ele funga e sorri. O celular vibra e solta um bip novamente. Uma chamada se inicia, Davi rejeita.
Chamada de voz perdida…
Amigo 🤪: Amor… me atende…
Você: Oi Javi, temos que conversar sério 😪
Amigo 🤪: Javi? Me chamou de Javi… você nunca me responde assim… vamos se encontrar em 20 minutos, vem aqui no condomínio.
Você: Não dá, tenho que resolver umas coisas depois nós conversamos.
Amigo 🤪: Sério Davi, se você não vir em 20 minutos eu vou aí e bato na sua porta.
Mensagem de áudio…
DAVI (TENSO, GRAVANDO ÁUDIO) - Você não é louco de bater em minha porta. Porra Javier, você quer me ferrar mesmo, né, só pode…
Amigo 🤪 gravando áudio…
Davi observa que Javi grava áudio. Ele bufa chateado e passa a mão na cabeça inquieto. Na mesma hora que cai o áudio, Davi reproduz rapidamente.
JAVI (OFF, GRAVA. ÁUDIO) - Apareça em 15 minutos aqui, se não eu vou aí, e se aquele velho desprezível do seu pai, tiver feito alguma coisa contigo, eu quebro ele na porrada. Vem agora, ou eu vou… escolhe!
Você: 😪😡
Ok Javi, que seja! Vou aí, não precisa complicar mais minha vida. Em 10 minutos estou aí.
Davi apaga a tela do celular e encara o remédio, toma dois comprimidos, e engole em seco. Alguém bate na porta, Davi toma um leve susto. Ele levanta e joga coloca o frasco do remédio dentro da gaveta.
DAVI (tenso, suspira fundo) - Quem é! Já disse que quero ficar sozinho…
SÔNIA (off, som abafado) - Meu filho abre essa porta, trouxe seu almoço, você nem comeu nada.
Davi vai até a porta e a abre. Sônia entra e coloca um prato de comida na bancada. Ela abraça o filho.
SÔNIA (triste) - Você está bem, ele te machucou?
DAVI (CHATEADO) - Não fisicamente mãe… mas preciso sair. E quero saber se ele está na sala.
SÔNIA (PREOCUPADA) - Para onde meu filho, não vai comer…
DAVI (INTERROMPE) - Vou ver o Javi… me responde ele está na sala?
SÔNIA (TENSA) - Não meu filho, ele saiu, para ir para a praça e jogar… mas meu querido, não basta toda essa discussão você vai encontrar esse rapaz de novo, me diz vocês estão… (ENGOLE EM SECO) tendo algo?
Davi revira os olhos, pega o celular e sai rapidamente.
DAVI (SAINDO) - Tchau mãe, daqui a pouco eu volto.
Ele bate à porta. Sônia balança a cabeça negativamente, tensa e confusa.
CENA 7/MÉIER/CONDOMÍNIO CORAIS/TARDE/INT.
Javi está em seu apartamento, ele anda para o lado e outro, ele olha no relógio. Ele levanta do sofá, calça sua sandália de dedos, pega a chave do apartamento e se dirige à porta. No mesmo instante, sua campainha toca e ele abre rapidamente a porta. Está ali Davi, com os olhos inchados parece que chorou. Javi fica arrasado de vê-lo assim.
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Javi corre e abraça o namorado. Davi chora e aperta ele forte. Eles ficam um tempo abraçados em silêncio, na porta. Estão bem emocionados. Eles se afastam. Javi sorri.
JAVI (SEGURANDO NA SUA MÃO) - Ei… eu estou aqui tá. Pode contar com seu namorado. Entra.
Davi entra. Ele senta-se no sofá e Javi trás um copo de água para ele.
JAVI (SORRIDENTE) - Amor quer comer algo? Você já almoçou? Aquele milk shake mais cedo não me encheu. Então fiz uma macarronada maravilhosa, quer?
DAVI (COM A VOZ EMBARGADA) - Eu… não, estou sem fome…
Javi olha desconfiado para ele, ele ergue a sobrancelha. Vai até ele e percebe seus olhos caídos, sonolentos.
JAVI (CONFUSO) - Por que você está assim, o que você tomou Davi Daniel?
DAVI (SONOLENTO) - Dois remédios…
Davi ri, sonolento.
JAVI (ARREGALA OS OLHOS, ASSUSTADO, SENTA AO SEU LADO) - Quê? Davi… olha pra mim! Que remédios você tomou? Davi, olha pra mim!
Davi está sonolento e desvia o olhar.
DAVI (SORRI) - Clonazepam…
JAVI (SE DESESPERA) - O que? Clonazepam? Já tomei esse remédio e o médico disse que era só um, você tomou dois Davi? Por quê? Davi, olha para mim, Davi…
Davi tomba no sofá de Javi e ele fica desesperado.
Corta para…
CENA 8/HOSPITAL PEDRO II/TARDE/INT.
Silvia conversa com Benício pelo telefone e diz para o menino tomar conta da casa, pois eles já estão voltando. O Médico aparece e João Mauro vai até ele, assim como Silvia e Maurício.
DR, JULIO (ENCARANDO J. MAURO) - Infelizmente sua filha está com dengue, e em um nível bem mais preocupante, que se chama dengue hemorrágica. Ela vai ter que ser internada para tratar a doença.
Foca em João Mauro, Silvia e Maurício.
“Passa-se uma cor esverdeada na tela e os três são fixados numa folha que cai de uma árvore ao soprar do vento.”
FIM DO CAPÍTULO.
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